domingo, 27 de novembro de 2011

Um carinho a seis

Mil beijos no pescoço
meu amor não é esboço
quero você comigo
com nervoso no umbigo
treinando com a Nina
o que faremos com nossa menina
passeando no quarteirão
do McDonalds, de Copa
o mundo não se toca
que seis meses não se criam
do nada
que amor e dedicação combinam
a cada instante
o eletrizante é ter história
pra contar, pra viver
as brigas para aprender
e o mal olhado esquecer
os abraços apertados são de estalar
os beijos esquentados são de matar
os passos de dança sem treinar
só alimentam meu olhar
que te beijam num piscar
que te penetram sem pestenejar
como um Flamengo e Vasco
ou um beijo tabasco
arde e morde os lábios
com trejeitos sábios
de quem realmente quer
e sabe ser uma mulher.

GIOVANNA, TE AMO MUITO E 6 MESES SÃO INCRIVELMENTE MARAVILHOSOS E POUCOS DOS QUE ESTÃO POR VIR.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A ave e a felina

Por palavras tortas sempre fui avaliado. Ansiedade é defeito de curriculum vitae, mas como é possível não o ser quando se descobre que alis grave nil-? A asa não bate devagar, só plana quando uma corrente quente vem a favorecer. Queria te raptar o mais rápido possível como uma ave de rapina costuma avidamente fazer. Te levar para o meio da natureza da mata, dos campos e das lagoas. A minha presa é você, uma felina selvagem. Doce de ver, sentir e admirar; difícil de domar, entender e prever.

A vontade de te capturar, te situar nesse mundo tão grande e carente de você, supera o tamanho das minhas garras frente ao teu corpo esculpido e sedutor. Supera todas as raízes que foram conectadas a sua mente. Um muro não é um obstáculo, ele não tem telhado.

Fugir não é a palavra. Desbravar, sim. Começando pelo próprio coração, depois pela mente, depois pelo ato. Com calma, com paciência e compreendimento. Além de renúncias.

Viver é tão difícil que só tem uma oportunidade. Querer morrer só facilita sua covardia eterna. Carlos Drummond de Andrade explica melhor:

"Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que se expresse sua opinião...
Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias...
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros.
Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que deseja ouvir...
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for preciso.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a
mesma...
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado...
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece.
Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã...
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e as vezes impetuosas, a cada dia que passa.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar...
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar...
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Fácil é ditar regras e,
Difícil é segui-las.."
O fácil foi interpretar o que eu e o Drummond quisemos dizer com tudo isso acima. Difícil é olhar pra cima, olhar o céu esplêndido, respirar fundo, aspirar todos os pensamentos positivos e, simplesmente, atropelar as más estigmas e percalços que ficam atravancando sua mente e sua pobre memória.

Eu te amo muito e dezenove anos são incrivelmente deliciosos quando você enxerga que vai passar dos vinte e sete, respirando positividade pra mim, pra você e pro que você bem entender. Parabéns e que o orgulho do dia se desdobre para o ano com vontade de estar bem comigo, com família, com os amigos, e acima de tudo, com você mesma.

ps: não feche os olhos e efetue a posição fetal. Abra os olhos, e olhe para o céu (que mesmo na maior escuridão, lhe presenteará com uma estrela cintilante e incrivelmente inspiradora, como você).



domingo, 16 de outubro de 2011

1+1=1

Pra falar a verdade.. terminamos.
Terminamos as desconfianças e loucuras alcoólicas sem sentido.
O que vale mesmo é o amor e o sentimento de entrega (óbviamente reconhecido).
Terminamos e começamos outro tempo. Um melhor do que o anterior (que já foi mto bom, com muitas histórias emocionantes).
Precisamos evoluir e colocarmos como um casal entendido e bem resolvido.
Pois repito por escrito. Me satisfaço com muito. E o meu muito é você.
Vamos trocar o álcool por lírios, gritos por sorrisos tortos, porém íntegros e legítimos.
O que vale a pena?
Sermos chefes competentes. Nos demitimos por uma fatalidade e não pelo conjunto da obra.
Não vou poder ser o melhor do melhor*, mas vou poder ser legítimo.
E o que é o amor legítimo?
É poder dar as reviravoltas que contagiam qualquer ser humano e que provoque um sentimento de prosperidade e amadurecimento.
Me policie, mas policie-se. Válido igualmente para a minha pessoa.
O problema do nosso castelo em construção é a nossa ansiedade, talvez minha, talvez sua. Talvez nossa.
O amor é nosso e quero fazê-lo legítimo. Portanto COMPREENDA que sou diferente de você e vice-versa. E esse é o primeiro motivo de eu amar tanto você. Eu amo suas diferenças. As boas vêm na frente. As ruins a gente tenta lidar com o evoluir do tempo.
Não são suas diferenças ou suas igualdades que me detém. São suas incompreensões. Que são diferentes das minhas. Aí que a evolução entra.
Aí que o amadurecimento é revelado. Simancol no amor também existe. Pro bem e pro mal. Vamos reconhecer nossos erros, como eu fiz, como você já fez.
Vejo nosso filho saudável e porra loca, mas com um enorme coração e cabeça para dominar o mundo do seu próprio jeito. E que o gato dele seja filhote dos nossos.
Fade in, uma nova história começa, com os mesmos atores, mas com personagens bem mais apropriados para esse novo contexto.
Eu não te amo. Eu amo você, meu bebê.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Nosso toque

O ponto da pinta que marca as bochechas novas de idade e sofridas de maldade aquecem meus olhos e dedos voluptuosos em um dia de semana chuvoso e sem pretenções. Uma curva acentuada que decai em sonhos tocados pela minha pele ansiosa e provocativa. Instantes mínimos para o mundo, sem saber que o meu mundo era bajulado pelo seu. Sua graça de graça. Seu riso em uso exponencial. Cócegas. O que brota do meu peito e não dos outros? Não saberei. Entretanto, brota como se fossem todos os demais reunidos de uma só vez. Toda vez (que te vejo). Não nota esta bajulação disfarçada para não viveres disso. Apenas para viveres pensando nisso quando voltares da labuta de uma mulher independente e que saiba o que quer. Que saiba acariciar a harmonia de conviver com a minha carícia. A tua eu sei que a tenho. A minha carícia devo-lhe de bilhão. E prefiro dar-lhe um bilhão de beijos para tua carícia vital a dar apenas dez beijos (de despedidas). O ponto da pinta que marca as bochechas marcam uma nova idade. Que mal sofrem de saudade, que esfriam o calor do momento e que preenchem meus dedos dos ensinamentos mais belos da vida.
Um suspiro no cangote, um beijo esforçado, um carinho esquematizado. Se tiver outros detalhes que lhe tragam amor, conte-me. Pois os contarei com a ponta dos meus dedos contra tuas costas cansadas de um dia sem nós mesmos.
Se isso é tá na pior.. O que que é tá bem, né?! te amo, GiBhering.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lírios vivem

Persistir no erro é pedir socorro. Consertar o erro é saber amar. Viver.
O olhar é sereno e certo. O que é incerto é o próximo olhar. Mas é de surpresas que vivemos.
E para ter surpresas boas é preciso aceitar o presente mais simples que lhe é dado.
O olhar. O incerto é bem vindo. Desafio aceito. De vinte e quatro horas se tem uma jornada.
E de infinitas horas se tem uma vontade. A vontade não acaba, apenas é colocada de lado para que outra mais pura renove seu lugar. De ondas, ares e arbustos que atrapalham a correnteza, sois o grão em que fazemos parte de uma gigantesca floresta de cactos, jacarandás e outras espécies que já não existem mais. Da flor, do fruto, do ventre estão distantes apenas duas gotas de paixão e compreendimento. Da paixão que emana e conecta dois elementos para o progresso da vida *que a vida seja renovada a partir de nós mesmos*, do compreendimento que perdura e aflige nossas convicções passadas *que seja evoluído a partir de agora e sempre*.

Somos dois pássaros que voam e semeam o que há de mais belo: a complexidade da simplicidade. O complexo é tão simples que o maior dos maiores estudiosos não entenderá que o seu verdadeiro significado é ser indecifrável. Porque indecifrável não é uma equação. É simplesmente um sentimento do qual fervo por você neste momento.

Tomo sua mão com lisura, paixão e eterno aprendizado. Lisura pela pureza que solicito em que avalie minhas palavras, Paixão pelo meu saltitar de coração que adoece quando não lhe vê, e Eterno Aprendizado pelo compreendimento em que morrer ao seu lado é fazer valer tudo aquilo que acredito: VIDA.


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ponto

O seu chão é tão rígido que mal dá pra perceber que ele existe. Suas paredes, sim. São voláteis e espero que alcancem um horizonte de sentidos e gozos de toda a espécie. Às vezes percebo que minhas palavras valem menos que as ações, já em outras vezes, o inverso. Mas sei que o verso é perspicaz. E o é pelo simples fato de saber que quando a peteca cai, alguém perde o ponto. E no nosso caso, podemos perder um jogo ou um campeonato inteiro. Eu não sei até onde isso vai, apenas sei pra onde quero que vá. Não precisa ter a certeza que não deixarei a minha peteca cair. Pois eu a tenho para o meu próprio bem. E o seu bem está diretamente relacionado às minhas ambições como ser HUMANO. Biologicamente, Espirituosamente e Socialmente falando.

Eu só preciso que você não esteja do outro lado da rede. Porque eles já são muitos. E você joga melhor que eles todos.

domingo, 21 de agosto de 2011

La Niña

Ventos fortes atordoam os que querem voar
Mãos acolhedoras se negam a existir
Poucas e persistentes, as que existem
São suficientes pra lembrar da magia da vida

Os percalços testam a ponte
A ligação dá efeito inverso
Não apenas liga, como também dá liga

A doença que não tem cura
A podridão dos infelizes
Servem de exemplos a serem perdoados
e aprendidos sobre o que se quer para si

Todos os sorrisos fingidos cairão naturalmente
As lamúrias que pertubam o rosto aveludado
Darão vazão para as alegrias posteriores
Todo o tesão que se arranca na cama
Será apenas um complemento de toda a gana

A tempestade que assola
As projeções do futuro
Não impedem que o mesmo
Aconteça

Era uma vez um fenômeno
Que cismava em aterrorizar um povo de uma terra
Uma terra recheada de anseios para o mundo
Que via em cada cidadão, uma oportunidade de um sorriso
Mas que vinha um fenômeno
E arrasava os incapazes e espantavam os fracos

Uma Lua aparecera como guia
Navegação da percepção
E numa bela noite, a clarividência
Um cidadão descontente com a descontentação sobre o mal
Enfim, percebeu
Que o fenômeno só aterrorisava aquela terra
Porque a terra estava no seu caminho

Trouxe compaixão e esperança
Aos que foram castigados
E os guiou em direção àquela Lua
Que sempre brilhava e chamava atenção
Não se sabia para quê

Descobriram com o passar do tempo
Que o fenômeno só passava naquela terra
E que em outras terras ele não alcançava
Apesar das bravatas e virilidades desnecessárias

Chuvas e secas voltaram a serem habituais
O frio e o calor eram altamente suportáveis
E a magia da vida voltara a ser concreta
Onde se via a escuridão
Onde se via o desespero e desalento
Agora perpetra-se a esperança

Das mãos acolhedoras que se formam
Só restam as de um tipo
Das que se permitem voar
É o fenômeno da vida.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A História de Harrison Maybe (post I)

Na estrada de um deserto fora do estado, um Maverick antigo, preto pela escuridão, atravessava sem deixar pistas daquelas marcas de sangue. Gotas frescas de uma arma tomada pela tirania da palavra: VINGANÇA. Seu número de série era 2001ny11eua09. Nada de terroristas. Palm Desert era assombrada "pelos os que não voltaram". Seu saloon não tinha mais aquela madeira mordida. Eram apenas balas de espingarda.

Harrison Maybe não tinha contado os últimos tiros que disparou no saloon na noite passada. Economizou. Sobraram três tiros e um só alvo. Era moto, fácil mirar. Uma música tocou sua cabeça. Tirou dois cigarros sem filtro, deu um peteleco habitual no isqueiro. Acende, acende. Não queria fumar tanto. Com sua boca, abandonou um dos acesos e deixou que o pequeno rio de gasolina fizesse o resto.

Indecente com a vida, traçou o caminho de volta com a sensação de não ter o dever cumprido. Nunca teve o dever. Matava por gosto. E de próprio desgosto. Foi chutado de casa só por nascer. Não digo nascer por alguma deficiência, mas sim por apenas ter tido o fato de nascer. Pelo menos é assim que sempre se sentiu Harrison Maybe, o Talvez.

Todos o chamavam de diabo dos infernos. Só depois descobriram que chamá-lo de O Talvez seria mais apropriado. Antes de matar, pedia pra perguntá-lo se ele achava-se bonito. Antes da palavra se completar, uma salva de tiros corrompia os olhos findantes. Talvez, respondia com rascância. E esse já era o terceiro talvez pronunciado só da semana.

Não contando com o destino, batida policial a frente...

(continua no post II)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Claro que sim

Quando as coisas parecem solenemente confusas, busco os teus olhos fugazes. Fugitivos da verdade que te assola e que me compromete. O destino foi bom comigo. Deu as caras para um pobre doente de carência. Deu de bom grado, de muito bom grado, uma alma com a mesma dificuldade, talvez até com mais, pra amar. Recado dado e assimilado. Desde então, o pobre enriqueceu a alma, os limites inventados e a perseverança da felicidade compartilhada.

Uma carne que auxilia, um espírito que guia. Somos dependentes da vida. Pois a morte depende da nossa vida. Juntos. E todo mal que assombra qualquer realidade, seja ela qual for, se esvai por medo de nos enfrentar. Todo o branco que cega, enxerga-se na escuridão. Todo tesão de viver que motiva, cala a boca da solidão.

A única coisa que me atrai na religião, é poder responder em alto em bom som: "Você recebe essa mulher para viver com ela na alegria e na tristeza? (SIM, CLARO QUE SIM!) na riqueza e na pobreza? (SIM, CLARO QUE SIM) na saúde e na doença? (SIM, CLARO QUE SIM!)"

Quando a cegueira se foi, te enxerguei. Quando me olhou com outros olhos, duvidei. Quando tudo conspirava a favor, me motivei. Quando toquei seu corpo sem receio, sonhei. Quando soube das verdades, respirei. Quando vi sua imperfeição, me apaixonei. Quando precisou de mim, me dediquei. Quando brigou comigo, ponderei. Quando foi autêntica, elogiei. Quando quis ter filhos comigo, confirmei.

Quando o padre perguntou sobre te aceitar pra minha vida toda, ratifiquei.

Sim, mas é ÓBVIO que SIM!

terça-feira, 5 de julho de 2011

M o v e - m e

É o que move
Não importa se chove
Estudamos a vida juntos
Ludibriamos todos os costumes
Beijamos todos antes
Bebemos os vinhos rascantes
Sinto seu cheiro, meu perfume
Dizia bobagens no vôo rasante
de um carro, deixa que eu te arrume
De dois parecemos mais que nove
De 'little sister' a 'só love'
De hoje em diante, assume

Que o amor não tem idade, nem tempo de duração.
Basta a percepção de que ele está sempre na sua mão.
E que coração bate, mas não vive sozinho.
Ela pode ter quase dezenove.
Mas é a única mulher nesse mundo,
que me me move, neste ninho.
[de solidão.

domingo, 3 de julho de 2011

Quando o coração escreve (por linhas tortas)

É de extrema lisura em que derreto meu coração
saibas que nada foi em vão
todos os percalços e descobertas
teu espírito, ao contrário, me libertas
Nesse calor de calafrio
o frio que cala é o que vem da janela da embarcação
navego por dentro e deixo-me entrar
sinto dois fios desencapados darem curto-circuito
e que o fogo da saudade semeada ficou para trás
tenho quem me faça
tenho esquecido da desgraça
de como os homens são sujos e maus-caracteres
que existe a doença que te puxa para a morte
que existe os outros dos que não tiveram sorte
e que existe os homens que podem fazer a diferença.

Hoje me sinto este último homem
em que a diferença pode ser semelhança,
e que, ao fim, amor é perseverança.
[de quem duvida, de quem tem gana, só me perco no peito de quem se ama

terça-feira, 28 de junho de 2011

Carta dos primeiros 30 dias

Um plágio de uma música onde o dia frio e um bom lugar pra ler um livro são os poréns para o início do pensar. Em você. "E o pensamento lá em você". É o que eu fiz hoje. Pensei em você lendo um livro e tremendo de frio. Temendo que você pudesse ter calafrios de saudade, onde a fragilidade inside. Onde toda idade despenca e se revela. E que cinco anos é suficiente para não significar nada, em absoluto.

Todos os lutos paradoxais que já existiram não desmontam o seu. Uma mão no lenço e outra na minha. Onde os pilares de um prédio se entrelaçam feito dedos vagos. Os mesmos dedos vastos que massageiam a sua proeza de ter a lindeza que muitas perseguem e mal percebem a própria.

Não moro mais em Niterói. Não moro mais no de Janeiro. Moro agora no Rio que me corrói de felicidade real. A felicidade que se afunda e se levanta. A que se ajoelha e se pune. A que ri e enfeita. A que se acompanha sem se preocupar se ganha ou se perde. É a felicidade adquirida, segundo por segundo, passo a passo, sem precisar dos compassos alheios.

Já provei inúmeros sabores, mas o seu move meu paladar. Evolui meus pensamentos e me dá constante água na boca. Dá vontade de colocar inúmeros temperos, fortes, suaves e exóticos. Apesar de não temer de manter a mesma receita. A mesma receita que já tem o sal como o mar. Ondas que eu procurava para me manter longe desta terra. Me carregar para ilhas virgens e deslumbraveis. E ter sempre uma onda para me desafiar.

Está sacramentado o nosso primeiro mês oficial. Está desafiado só pelo encanto. O resto caminha só pelo pranto de não ter mais você. De não ter todos aqueles risos pré-programados, aqueles dedos mal educados, aquela descoberta inversa, aquelas conversas aflitas no olhar, aquele desejo de dar a você o meu bem estar. O que eu faço por você é tudo de olhos bem fechados, pois da minha boca você já tem o meu beijo carregado de palavras corruptas pela sinceridade do seu querer. Pra vida toda. Se assim nós quisermos.

Não me importa. Minha felicidade plena somente será agraciada totalmente se passarmos por tudo. O que me conforta é que ainda estamos no começo de tudo. E estou com você. Na alegria e na tristeza. Casa comigo, minha alteza?

*caso a resposta seja negativa, minhas provações a farão mudar de ideia. Com todo amor e carinho sincero.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ressaca


São muitas ondas inesperadas,
elas quebram em cima de você sem avisar,
elas formam lindas e, ao mesmo tempo,
assustadoras ondas no meu mar.

O problema é que estou ali,
na tentativa de não me afogar,
o problema é que estou ali,
e não quero voltar.

Serão quantas ondas, essas todas,
em que quero nadar e não tenho tempo,
mal abro os olhos e vem outra a me acertar,
sem poder, ao menos, pestanejar?

O problema é que o mar é azul,
sem a vermelhidão do vinho derramado,
sem a cegueira em vão do tempo armado,
e não quero voltar.

O silêncio vem da força da onda,
estou vivo, mas não o pronuncio,
estou atônito mas eu quero, e vou,
me levantar para o mar.

O problema é que estou ali.
E quero estar. Pra poder nadar.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Não importa

Passagem aterradora de princípios antes desconhecidos
Não há conhecimento que tolere esta falta de.
Particularmente privatizado no próprio estabelecimento humano.
Linhas que descem e não são lidas verticalmente, como estaria.
Nem no horizonte perfura tantos diagnósticos contrários
Não tem câncer, não há mentiras pré-estabelecidas
Há verdades pré-inventadas.
Todas as essências são dadas e não vendidas.
Um texto que cala.
Um beijo que escreve.
Jaz aqui o último momento e doença.
Tem uma nova música.
A que toca na rádio central da estação.
Um trem que nunca passará.
Uma cinza de vulcão que venta silício em silêncio.
Pra onde foram as vírgulas do terror?
De repente.
Tudo voa como se não quisesse.
Mas precisasse voar.
Mas 'mas' não começa frase.
E você dá voltas em seu temor julgador.
Por que insiste nessa perplexidade momentânea?
Dou espaço quando eu bem entender.
Como as pala v de um jeito que você se irrite.
Mas você entende ou finge que vive.
Pode ficar lendo e interpretando um bando de citações como obra de concreto.
Desista.
É uma máfia abstrata.
Atira e rouba todos os seus insolentes minutos em que poderia.
Poderia estar.
Fechar os olhos e ouvir.
Sentir o ouvido e perceber.
E perceber.
Que um texto que não diz nada.
Um nada que tenta escrever tudo.
Chega de ler. Tapa no meio da cara.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Relato de um presente

As palavras presas que agora saem,
as delícias, que agora presto minuciosa atenção, atraem,
todo silêncio que impregnava, agora dói.

A vontade de conhecer tuas bordas,
a tenência de me ater a teus detalhes,
a decência de seguir o que olhas, ser seu herói.

Faço perguntas malucas,
afirmo risadas infantis,
prometo o mundo e afins, sou de Niterói.

O percalço que passo é menos,
as dúvidas que temos, tanto faz,
e o amor que se faz é mais, isso constrói.

[vamos construir juntos?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resposta embolada e mal criada

Quem precisa esperar de você algo que não seja você mesma? Quem nunca deu um falso riso? A falsidade é inventada. Assim como a verdade. O mundo é boêmio e promíscuo. A laia do Ratzinger que me ouça! Água em vinho, coroinha em missa de AÇÃO DE "GRAÇAS". Eu não tenho duas caras. Duas é pouco! Mas todas elas me compõem como um todo. Quem nunca fingiu tentar se matar para si mesmo? A fraqueza se dá na necessidade de se mostrar forte. Para ter a necessidade de ser forte, há a necessidade de existir a fraqueza. Conflito interno, né?! Sei o que é. No cinema aprendemos que drama é conflito. E drama é vivência de um conflito. Aprendemos também que épico é a fala do conflito. Mas não tem vivência. Ela tira a paz para você justamente buscar a própria paz de volta, em outro momento, em outro contexto, em outro desejo. Temes o medo? Pensei que era fraca. Acabo de saber que não é. A irracionalidade é sentida no coração. Sim, ele bate. E eu sinto. E tenho um igualzinho batendo agora. Meus olhos só são bonitos por causa dos seus. Adoro me perder. Fica mais fácil de me achar. Longe da minha chatisse cotidiana. Já gozo em saber que não entende para o quê quero você. Quero você para mergulhar num mar desconhecido e nadar. Para onde? Não tenho e não to afim de saber. Quero gastar o nosso tempo nadando. De costas, de peito, de qualquer parte do seu corpo. Por que insiste?

Porque eu insisto em você.

O Destino

Contra. Nadar contra. Nadar até ser contra.
Sua coxa contra a minha, era inesperado e insisto que seja.
Já disse que não quero saber quem você é por inteira.
Só quero saber quem você é por enquanto.
Senão depois já não quero tanto.

Tenho certeza que a lua não chegará tão cedo.
Ela só mata quando é tarde demais.
E não conheço demais a tarde.
Só flerto com o dia e a noite.
Seu sorriso- dia e ficar sem sua tara noite, jamais.

Logo, logo, você vai me levar.
Se é que eu já não fui.
Não era o que não sei.
Não era o que perdi.
Não era o que entreguei.
Apenas encontrei alguém pra me levar.

- - - -Se é que eu já não fui. - - - -
Contra.
Era inesperado.
E insisto que seja.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O teu som dentro de mim

As teclas das tuas costelas, ossos sustenidos de carinho. Falar de música ou cantar o teu corpo. São dúvidas que transformam um momento mágico de sabedoria humana. Sabedoria que culmina em uma catarse simples, porém não simplória. Nós ali, na cama. Indefinidos como um todo. Indefinidos por completo. Talvez esta seja a graça. Não tem nada definido.
É uma música que não se acaba.

Sussurros incompreensíveis até para quem os profere. Que delícia no ouvido. Meia luz. Aquela luz tímida, mas de olhos entreabertos. Não adianta falar do momento se não viver o momento. Não adianta falar de música se não ouvir a música. Não adianta falar de felicidade se não sentir o gosto distante do teu sorriso.

Muitos falam, muitos agem, muitos amam, muitos entendem. Mas muitos mentem. De que adianta essa verdadeira mentira se eu prefiro a falsa verdade? O som dos teus passos surgindo da escada desenfreiam uma ansiedade sem isolamento acústico. O ranger da porta arrepia toda a minha espinha sedenta pelo teu toque. Um piano toca a tua seda nupcial. Um tango lisongeia tua experiente ingenuidade. Um rock toma conta da vidraça, a virilidade finalmente encontra a sua verdadeira sobriedade insana. E, finalmente, a música erudita permeia todos os meandres, todas as nossas fábulas, peripécias e subversões amorosas que nós mesmos compomos.

Jogo fora toda esmola que me deram. Aceito os tapas que esqueceram de me providenciar. A música que desenfreio na rua não é nada sem tua inspiração melódica, sem teu canto dos deuses que não nos acudam, sem tuas composições repletas de trejeitos bipolares.

Não me importo de tocares outra música, outro tom, outra nota, outro volume. Me importo, agora sim, de tocares longe de mim.