sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ressaca


São muitas ondas inesperadas,
elas quebram em cima de você sem avisar,
elas formam lindas e, ao mesmo tempo,
assustadoras ondas no meu mar.

O problema é que estou ali,
na tentativa de não me afogar,
o problema é que estou ali,
e não quero voltar.

Serão quantas ondas, essas todas,
em que quero nadar e não tenho tempo,
mal abro os olhos e vem outra a me acertar,
sem poder, ao menos, pestanejar?

O problema é que o mar é azul,
sem a vermelhidão do vinho derramado,
sem a cegueira em vão do tempo armado,
e não quero voltar.

O silêncio vem da força da onda,
estou vivo, mas não o pronuncio,
estou atônito mas eu quero, e vou,
me levantar para o mar.

O problema é que estou ali.
E quero estar. Pra poder nadar.

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