segunda-feira, 11 de julho de 2011

Claro que sim

Quando as coisas parecem solenemente confusas, busco os teus olhos fugazes. Fugitivos da verdade que te assola e que me compromete. O destino foi bom comigo. Deu as caras para um pobre doente de carência. Deu de bom grado, de muito bom grado, uma alma com a mesma dificuldade, talvez até com mais, pra amar. Recado dado e assimilado. Desde então, o pobre enriqueceu a alma, os limites inventados e a perseverança da felicidade compartilhada.

Uma carne que auxilia, um espírito que guia. Somos dependentes da vida. Pois a morte depende da nossa vida. Juntos. E todo mal que assombra qualquer realidade, seja ela qual for, se esvai por medo de nos enfrentar. Todo o branco que cega, enxerga-se na escuridão. Todo tesão de viver que motiva, cala a boca da solidão.

A única coisa que me atrai na religião, é poder responder em alto em bom som: "Você recebe essa mulher para viver com ela na alegria e na tristeza? (SIM, CLARO QUE SIM!) na riqueza e na pobreza? (SIM, CLARO QUE SIM) na saúde e na doença? (SIM, CLARO QUE SIM!)"

Quando a cegueira se foi, te enxerguei. Quando me olhou com outros olhos, duvidei. Quando tudo conspirava a favor, me motivei. Quando toquei seu corpo sem receio, sonhei. Quando soube das verdades, respirei. Quando vi sua imperfeição, me apaixonei. Quando precisou de mim, me dediquei. Quando brigou comigo, ponderei. Quando foi autêntica, elogiei. Quando quis ter filhos comigo, confirmei.

Quando o padre perguntou sobre te aceitar pra minha vida toda, ratifiquei.

Sim, mas é ÓBVIO que SIM!

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