segunda-feira, 3 de maio de 2010

Descompasso

oi. Dei uma cabeçada nas teclas pretas marcadas em branco, tão resistentes. De tão resistentes só saíram duas letras: o i. Derrepente uma cabeçada dura no seu livro recheado de personagens efêmeros e tão desiguais faça você realizar-se de coisas mais simples que o passado de um minuto ou mesmo a patifaria do cão lambuzento, ingênuo. Inclusive da voz temerária do Tente Mais Tarde.

Tente mais tarde, este povo se atrasa, não responde, se esconde. Faz parte do show. É uma brincadeira ritualística-comportamental de pique-se-esconde. Sou feliz mas não sou tanto. Apareço com muito tesão, mas me esquivo com tamanha eficácia. É o homem cordial do Sérginho Buarque. Não temos, na maioria das vezes, a disciplina do que foi prometido. Mas temos a cordialidade de ajustar as coisas à uma moda caseira, negociando satisfações.

Estou compromissado com a minha sina. Pequenos detalhes se apagam com facilidade. Ai daqueles que deixam os detalhes no quadro negro. Nele rabisco apenas meus rabichos de tristeza que se transformam automaticamente em desenhos de palitos no quadro branco. Esse sim. Preto no branco.

A menina que passava correndo com o cão brindava seus personagens com sutileza de vida. O livro transpirava de nervoso. Ele não estava contando a história do cão lambão. Mas você estava. Desligue a televisão e vá ler um livro. Fecha o livro e corra pra lá e pra cá sem sentido. Porque as nossas vidas já têm muitos sentidos pra a gente se preocupar.

O descompasso do coração é uma santa improvisão. Uma arritimia vermelha. Intensa. Porém sutil. Não sente seu coração bater agora? Tem que ter a sutileza de colocar a mão no peito, de discar para o hedonismo, ver o não-ostracismo pra ver a própria sutileza de como a vida passa diante do minuto em que ele esteve lá e você não viu? Naquele exato horário que você marcou?

Marque agora quantas batidas por minuto o seu coração tem. O legal é saber que no intervalo de dois minutos, ele variou a batida. Deixe o celular tocar, deixe ele atender. Ouça o coração do telefone. Tu-tu-tu-tu. Vai ver ele seja adequado para você: pragmática de merda.

4 comentários:

Clarissa de Andrade Correa disse...

você me... me...




xingou.

muito bom zambs. darei uma cabecada no teclado de vez em qd.

Anônimo disse...

Uma coisa:

"DERREPENTE" é separado

assim ó:

de repente.

repente vem de repentino.
o "de" não entra na frente da palavra.

Só figurar no Pilotis não faz de ninguem um bom escritor. Leia!

Gabriel Zambrone disse...

Me passaram que a nova ortografia estaria mudado. Me enganei. Estava certo.

Não me incomodo com sua postura agressiva ao comentar minha "figuração" no pilotis.

Obrigado por figurar no meu blog. Volte sempre.

Gabriel Zambrone disse...

Sem contar que ninguém tem acento. Mas no caso vc deve ser um ninguem sem acento mesmo.