domingo, 15 de agosto de 2010

Voe lindice, voe

"Moça bonita que tá na janela, borboleta da asa amarela" já dizia o bate cum dum. Na fulerage dos cabra macho que arreda os pé da mulecage, as muié acha tudo e todos um bucado marimbento. Noutro dia que os outros azuclinava a vida da Jurema, coisa mais arretada de toda Rio Grande, Padin Ciço acoita os cabra que são boa gente que nem eu mesmo, sim senhô.

O meu coração quando viu essa lindeza perrear ficou todo zambeta, ingurujado e arretado como nunquinha, vice? Balangava aquela saia rodada num forró danado de atarentado. E atarentado mesmo era os cabra que não conseguia acompanhar tamanha lindice.

Os fi duma égua ficaram cum os zóio tudo esbugalhado. Dei um chega pra lá e o arrasta pé ficou charfudo. Empurrei os fulero pra dentro da caçamba e levei a sinhá pra bimbar na minha geréba. A muié falava de um tal de Sudeste, que o buraco ficava mais embaixo, que a tapioca de lá era mió mas não tinha os tempero daqui da rede. Tarvez a minha balançasse mió, vice?

Cinco meses depois dessa besteragi, a muié da lindeza me aparece embuxada e põe a culpa num tal de Nordeste, no cabra que ataiava ela cum força e que arriava qualquer chance da lindeza bater asa por si só. Mas se um dia nois dois vivesse, além de acoitar a minha muié bela, pidiria pra essa lindice apagá o fogo da panela e se colocasse na janela, borboleta da asa amarela.

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