domingo, 8 de agosto de 2010

Repe(T)ir

No alto de seus ombros delineados penetra uma onda de choque. São particulas de saliva fria que se chocam com a pele tensa e bem quente. Cheia de energia que perturba agressivamente nossa noção de equilíbrio. Tontura é bem-vinda. Chega. Chega mais. Chega. Chega mais. O sentido das palavras se misturam para serem devidamente fragmentados pela desorientação. Se existe o teto preto, o teto branco se criara neste momento. Qual relação que a gente tem agora? Corporal. Corpo. Chega. Chega mais. Chega...

A minha mão é um fio desencapado. Curto-circuito. Isso que quero. Um circuito curto para as energias circularem com maior ilusão. O cérebro sente e o coração fica entregue. Só o tesão é páreo para o coração. Suas entradas são as minhas saídas. A minha saída. O olhar serve para abastecer a cena incomum. Os famosos detalhes por dentro das indestrutíveis quatro paredes. As paredes anti-voyeur.

Seu véu é tirado com os meus dentes, sedentos pelo choque corporal. Sem equipamentos elétricos. Só a nossa pele, carne, osso e vida. Esses choques servem para eu lhe degustar como se fosse a entrada do grande prato principal. Com muita maciez e provocação. Quero que você se angustie pela minha língua. O que ela faz é capaz de virar os seus olhos para cima, além da confirmação do desejo pela vida. Pelo desejo de poder repetir a dose. Bebe. Pode beber. Agora que está vendada, algemada e com o corpo de como veio ao mundo.

Cubo de gelo te serpenteiam, minha carícia gera confusão mental. O domínio do corpo e das sensações ficam hipnotizadas. Seu seio preenche a minha boca. Sua boca é mordida por você própria, o que eu ouço é de se pedir mais. Mais. m.. mais. Meus dedos agora estão se esquivando do teclado e o meu prazer está molhando.

Chega mais. Sai de onde quer que esteja, seja a minha cerveja. Deixa eu ficar bêbado de sua química, de suores degustados língua por língua. De sua bunda fria e minha mão fervida de sede. Meu corpo contrai. Nunca uma contração seria boa. Colado à você é, não só bom, como é o jardim dos meus Deuses desacreditados. Sua barriga é mais sensual do que muitos esconderijos corporais. Sobre estes esconderijos, me torno explorador de uma terra virgem onde cada passo é cauteloso e a recompensa é exorbitante.

Cavalga e troteia teu corpo assim como uma máquina incendiária, um bombeiro que não ousa intervir, uma princesa que tome conta da sua majestade. Com ou sem mãos forçadas contra seu peito inchado e hesitante, leva este agreste pro paraíso que disseste. Chega. Chega mais. Arrepio. AR-RE-PI-O. Tá sentindo? Não? Lembra daquele amasso gostoso quando poderiam entrar em qualquer momento? A porta estava destrancada. AR-RE-PI-O. Falta de AR-.

Ch..Mais. Estou no paraíso, me morde. Me chupa. Me beije. Mate-me.












Morri.

2 comentários:

Julia Maria disse...

Vai tomar um banho frio, gabriel!

Renata Fontanetto. disse...

repetindo um pouco a júlia e imitando meu namorado: "Preciso de um balde de água fria, amor."
Bom demais: em todos os sentidos!
loucura, loucura, loucura XD