sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Emoção Fala

Nós. Depois de 'eús' me batizei no encanto. Você, essa coisa excitante que perdura no âmago. Saía da porta como a princesa do cometa, a vertigem da roseira ou a definição de desejo. Vi seu blackberry apitando a cegueira de uma mensagem falsa, desconexa e carente, aquela que hipnotiza teu rancor. Os cabelos ruivos não lhe envaideciam, apenas realçava tua face com corpo democrático. Naquele olhar perdido, acabava de não ver tua presença, só entendia o bater do meu principal órgão. Não precisamos ter cérebro para amar. O cérebro só serve para que saibamos que estamos amando. Um vento passava e meus cabelos curtos conseguiam balançar sob o perfume do feromônio incandecente.

Num texto nervoso e mal escrito, além de me dar conta de que estava embasbacado, vi que o amor é um entorpecente poderoso. E isso tudo mata, vive, inflama e desonra qualquer pensamento racional aceitável. O céu e o inferno são os limites, definitivamente. Aventura não é escalar o Monte Everest quando se pode amar e um dia gozar e no outro beijar o chão. Este é o nosso céu e inferno.

Conheci o profundo para o Sul e você me olhou pelo Nordeste, não havia seresta ou coisa que o valha. O Norte fui descobrindo e o céu era o fundo de sua pupila contraída. Sua pele branca reluzia a saia rodada com paetês sem marca e seu sapato que te deixava 10 cm mais alta do que eu. Não dá pra falar mal de alguém que me importo tanto. Até dá. Mas concordo que seus trejeitos lembravam a minha infância sadia, serelepe e preocupada com o sorriso da vida.

Sua mensagem privada na internet ficava como quadros estatelados na minha parede. Suas pernas eram dois irmãos e eu te amando era o Vidigal. Tua calma era a brisa da Gávea. Teu carinho era o sol de inverno. A ponte separava a vontade de ser um só continente, por mais que a gente tente, não há prazer melhor que acalente. A saudade era a nossa sala de estar, o filme que assistíamos era um motivo para uma lasanha e o vinho era para provocar as nossas verdades.

Nós temos o passado e o presente como um constante vai-e-vem, um trânsito livre e desempedido de vias alternativas. Como é que você me chama? Os nomes se adocicaram e entraram em uma foto redonda. Inesperada. Me chama de diversão. Preciso destas risadas joviais e lembrar de rir do nada, porque o nada preenche e toma o coração.

O vermelho que jogas no vento é sangue da sedução, a medusa rubra. Teu decote sutil desmonta esperanças de um pensamento mais capitalista. Socialismo, socialismo. Precisava me socializar com você. Se relaciona. Vem cá, me beija e me deixa rouco. Arrebenta a corrente da loucura e deixa dominar. Porque um cão feroz só freia depois de aniquilar a loucura da presa.

Me coloco a sua disposição e da sua companheira de quem queres que eu tape a boca com meu peito repleto de vontade viril . Teus desejos libertinos não me provocam desgosto. Tens o meu grito junto ao teu. Os populares não conhecem as nossas quatro paredes, mesmo não temendo a ausência delas somos ousados. A malandragem eu visto agora, sua molecagem eu faço o convite para o retorno. Sou um ímã e te tenho colada a mim. E a ela.

Deita no sofá, quero ser seu analista, descobrir teus sorrisos em falso, não como eles aparecem, mas sim para ter prazer da sua falsidade fake - mal feita. Aquelas pintas que eu livaga um novo zodíaco me entretiam como um brinquedo novo de uma criança. A impressora gerava mais um retrato teu. Preto e branco. Ambos mais harmônicos que a sua real figura em cores. Praia e grama. Estávamos perdidos em um país só nosso. Onde eu era o lacaio e você era a governante. E vice-versa.

O coração fala, elogia e tende para interesses próprios. É o vício do prazer de amar. A única droga que vem de dentro pra fora e faz o Everest ficar apenas a 1 metro e 65 centímetros.

2 comentários:

Julia Maria disse...

Eitaaa, menino apaixonado!

Carolina Bastos disse...

ca-ra-lho. zambs. puta merda